É natural que tenhamos compaixão com as dores e decisões dos outros, mas isso não quer dizer que somos responsáveis pela felicidade ou infelicidade alheia.
Em um nível mais profundo, essa propensão pode estar enraizada em questões de identidade e autoestima. Às vezes, carregar os fardos dos outros pode servir como uma forma de validação externa (querer sempre agradar o outro), uma maneira de buscar significado e propósito através do sofrimento alheio. Porém, isso pode levar a uma perda de identidade própria, onde nos tornamos definidos pelos problemas e necessidades dos outros, perdendo de vista quem realmente somos e quais são nossas próprias necessidades.
Ninguém é responsável pela felicidade de uma terceira pessoa, mesmo quando queremos poupá-la de todo mal e curar de todas as suas feridas.
Quando nos colocamos em tal posição, acabamos não percebendo o peso dessa tarefa e como resultado, essa carga se torna muito maior em nossa vida, nos deixando esgotados. Afinal, você acaba sendo submetido a uma carga de estresse intensa e constante, fazendo com que esteja sempre no limite das suas emoções.
A psicoterapia nos ensina que a saúde mental envolve também cuidar de si mesmo, reconhecer os limites pessoais é crucial para manter um equilíbrio emocional saudável. Nem todos os fardos que encontramos no caminho são destinados a serem carregados por nós. Aprender a estabelecer limites, praticar o autocuidado e desenvolver habilidades de comunicação assertiva são passos fundamentais nesse processo.
Além disso, é importante lembrar que ajudar os outros não significa assumir suas responsabilidades ou resolver todos os seus problemas. Às vezes, o maior ato de compaixão é capacitar os outros a encontrar suas próprias soluções e enfrentar seus próprios desafios. Isso não apenas promove a autonomia e o crescimento pessoal, mas também protege nossa própria saúde emocional.
Não carregue o peso do mundo nas costas: a decisão do outro é do outro!
Faz sentido para você?
Psicóloga Ana Lígia De Souza Qualho CRP: 08/38572